domingo, 16 de outubro de 2011

Louras Zumbis, de Brian James


"Still and transfixed
The electric sheep are dreaming of your face
Enjoy you from the chemical
Comfort of America


Come one, come all
Into nineteen eighty-four
Yeah, three, two, one...
Lights! Camera! Transaction!"

Talk Shows On Mute - Incubus


Olá!
Eu pensei em começar esse post com "Guess who's back? Back again! Resenhas are back! Tell a friend!" mas achei que seria meio tosco. O fato de eu mencionar isso mesmo sem realmente fazer provavelmente cria uma situação tão tosca quanto, mas whatever!

O que importa é que resenhas realmente are back, e com "Louras Zumbis", de Brian James.
Vou contar que achar esse livro no meu quarto para fazer a resenha não foi uma tarefa tão fácil, por causa do acontecimento que eu chamo de "O Dia em que Os Livros se Rebelaram e Tentaram Assassinar a Televisão".
Que foi quando a minha prateleira despencou e fez mais de 90 livros caírem sobre minha tv.


Minha reação no momento do ocorrido


Talvez esse fato tenha tido aguma influência no meu retorno ao blog. Como um sinal divino que dizia "esses livros querem ser lidos e resenhados e eles querem isso AGORA!".
Ou que eu deva arrumar um marceneiro melhor. Ou não colocar mais de 90 livros em cima de uma única prateleira. De qualquer forma, lição aprendida, crianças!

Nenhum livro saiu severamente ferido (ou seja, ninguém se rasgou), e a televisão também sobreviveu, mas os pobres coitados tiveram que se refugiar entre as gavetas, os armários e a outra prateleira, que, afinal, era onde "Louras Zumbis" estava, um lugar ingrato, por ser muito alto e acumular a maior parte da poeira do quarto. Oh well. Achei que deveria dividir essa anedota vai que os livros se irritam de novo...

Onde estávamos? Ah, sim. O livro conta a história de Hannah Sanders, uma adolescente que já começa a narrativa "p" da vida por ter que se mudar para uma nova cidade, o que é óbvio, porque eu nunca li um livro que começasse com um jovem feliz por estar se mudando para uma nova cidade. É um clichê que faz sentido, você tem que se despedir dos amigos, da vida com a qual estava acostumado... natural estar "p" da vida.

Mas a nossa Hannah aqui tem motivos a mais, já que essa não é a primeira vez que faz isso. Seu pai, apesar de parecer um cara muito gente boa, tem o péssimo hábito de sair com ela às pressas da cidade em que estão e ir para outra, quando surge algum problema, tipo falta de dinheiro para pagar o aluguel. Hannah e o pai estão livin' la vida loca.

É assim que eles chegam a Maplecrest, aparentemente, uma típica cidade pequena e monótona, exceto pelo grande número de casas com placas de "vende-se". Não que isso incomode muito Hannah, já que ela não acredita que vá ficar lá por muito tempo.
Na escola, Hannah, a entendida, nos explica sobre a "elite social", os garotos e as garotas mais populares, que são as mais bonitas e magras, com as melhores e mais curtas roupas e toda essa coisa que ela aprendeu por ter se mudado tanto e que nós aprendemos vendo filmes de high school.

É estranho como a Hannah parece analisá-las friamente, ou seja, ela sabe que as gurias são idiotas e superficiais, mas, mesmo assim, ela quer ser uma delas. Ela diz que na realidade quer só se encaixar, fazer amigos e tal, mas Hannah, véio, você precisa mesmo fazer parte do grupinho perfeito pra isso??

Hannah, inclusive, conhece um garoto estranho e bem bacana interessado na amizade dela, Lukas, que a avisa sobre os perigos de se aproximar das garotas populares, coisa que ele aprendeu ao longo dos anos de observação em Maplecrest e lendo gibis de terror. Hannah, a tola, o ignora. Nunca. Ignore. Os. Avisos. De. Quem. Lê. Gibis. De. Terror.

As meninas perfeitas em questão são formadas por Maggie, a líder, Miranda, Meredith e Morgan. Todas, é claro, loiras, animadoras de torcida, com olhos azuis e esses nomes começados com a letra M (afinal, essa é mesmo uma letra muito bonita para se começar um nome hahaha).

O início da história é muito bom, algumas cenas mostram o quão FDP essas garotas são (principalmente o teste de Hannah para a equipe de animadoras de torcida) e aí podemos falar de bullying, supervalorização da aparência e essas coisas que dão bons argumentos contra os detratores de YA (sabe, você pode falar "ei, YA não é infantil, eu li um que fazia refletir sobre isso e isso...").

Mas da metade pro final as coisas ficam mais monótonas e enroladas. Como Needy contou para Chip em "Garota Infernal", as loiras são "Actually evil. Not just high school evil". Sim, elas são zumbis. Apesar das evidências apresentadas por Lukas, das descobertas feitas por ela mesma e da capa do livro em que está, Hannah se recusa a acreditar.

Ela pode não ser brasileira, mas não desiste nunca, ela quer ser parte dessa droga desse grupo e é só uma das meninas ser um pouquinho mais simpática com ela que a guria vai parar nas nuvens. Então, toda essa parte do livro é praticamente a Hannah pensando "será que elas...? Nããão, que besteira" ou "Mas, espera aí, isso quer dizer que elas... nããão, como sou boba!". Hannah... foi mal, mas Hannah é muito burra. Muito mesmo. Por mais que seja difícil de acreditar em zumbis, você tem que aceitar que tem alguma coisa muito errada acontecendo e se afastar disso. Oh, Hannah, você não o fez. E eu tenho vontade de te dar porrada.

FOR REAL, HANNAH!



Pois bem, felizmente, no final as coisas melhoram. As últimas 30 páginas têm bastante tensão, ação e terror. Achei que o autor foi corajoso em certos momentos e a sequência final toda me lembrou de porque, no geral, os livros adolescentes de hoje em dia são bem melhores do que os filmes adolescentes.

Resumindo, não é uma história para quem espera zumbis sanguinários o tempo todo, pelo contrário, deve agradar mais a quem não é louco por terror mas gosta de um pouco de suspense. Tem ares de "Goosebumps", e eu gosto muito de "Goosebumps" (admito, eu leio até hoje xD), e tem o Lukas, e algumas das melhores cenas acontecem por causa dele, e o início é legal, o final é legal (apesar do finalzinho ter me deixado com uma sensação de "hum... e é só isso mesmo?"), então, ao todo, eu gostei do livro, mesmo com seus defeitos.

E, vamos admitir, no mínimo vale a pena conferir uma história que mostra as meninas que se vestem do mesmo jeito, agem do mesmo jeito, não tem opinião própria e só se preocupam com a aparência como zumbis. Quase um "As Esposas de Stepford" adolescente? Assunto para discussão...

Ah, e eu pensei em colocar "Stupid Girls", da Pink, como a música do início do post, mas "Talk Shows On Mute" ficou na minha cabeça enquanto eu lia. Deve ser porque o livro tem uma atmosfera deveras sombria... então, tá aí. Isso também é digno de nota.

Bem, já chega!
Resenha de retorno feita, livros acalmados, é hora de ir.

See ya o/

3 comentários:

Karol (Blog Miss Carbono) disse...

Gostei da comparação com "As Esposas de Stepford" (só assisti ao remake mas gosto do filme do mesmo jeito =D)

Mesmo assim não sei se leria o livro. Não por causa das "loiras zumbis" mas é q essa protagonista não parece ser muito carismática (nem muito inteligente hehe) então acho que iria passar muita raiva com ela =P

mesmo assim, fiquei curiosa ^^

teh mais

p.s.: suas resenhas continuam divertidíssimas ^^

Daniele Tem Pass disse...

Eu ri com a história da estante. XD

E adorei a resenha, só não consigo pensar em nada inteligente para comentar, HAIOEUHAOEHU.

Beijos!

Yasmin disse...

Manola, você tem o dom de fazer resenhas de livros aparentemente "nada demais" ficarem ótimas de se ler e fazerem o livro em questão parecer bom. Não que não seja, mas bem, zumbis, sejam eles loucos ou sossegados como esses daí, não são minhas "criaturas estranhas" favoritas, e no entanto fiquei curiosa com a leitura :}

Bisous!

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