quinta-feira, 26 de maio de 2011

Opúsculo - a paródia, de The Harvard Lampoon


"She wants to touch me, whoa oh
She wants to love me, whoa oh
She'll never leave me, whoa oh whoa oh oh oh"
Don't Trust Me - 3OH!3


Hello! Depois de um tempinho afastada da blogosfera por causa da equação vestibular+gripe+preguiça from hell, eis que estou de volta com mais uma resenha. E também para pedir desculpas pelo Top 5 não ter saído sexta passada, mas amanhã ele estará aqui, meigo e gracioso, e espero não atrasar mais com essa bagaça.

Para começar a falar de "Opúsculo - a paródia", primeiro tenho que resumir brevemente minha relação com "Crepúsculo". Bem, the thing is: acho que é ruim, mas não a maior porcaria do mundo. Li o primeiro para conhecer, o segundo para tentar ir até o fim da saga (esse troço de "saga Crepúsculo" sempre me faz rir litros xD) , mas ainda não consegui encarar o terceiro e o quarto. Talvez eu os leia, um dia. Para desencargo de consciência.

Mas eu acho mesmo impressionante como uma história tão trash acabou fazendo um sucesso tão grande. Ou se, há alguns anos, você ouvisse a frase "a trama é sobre uma menina songa-monga que se apaixona por um vampiro que brilha no sol", você não acharia que se parece mais com um roteiro de filme B escrito por um maconheiro do que com um fênomeno mundial? Eu acharia. Na verdade, ainda acho.

Talvez eu não deteste "Crepúsculo" porque o li em uma época em que eu não tinha muita coisa com o que comparar. É triste, mas, aos 14 anos, minhas leituras se resumiam a Goosebumps e três (só TRÊS!) livros do Harry Potter. Então, o simples fato de que eu estava lendo alguma outra coisa, já era bom o suficiente. Por isso, mesmo cheio de defeitos (protagonista insuportável, personagens mal construídos, falta de história, vampiros cintilantes e outras coisas estranhas), "Crepúsculo", para mim, ficou parecendo mingau. Mingau não é a pior comida do mundo, mas praticamente não tem gosto. Sabe? Você come quando não tem nada melhor para comer, não ama, não odeia, é só... mingau.

*Momento já-que-estou-aqui-vou-viajar-um-pouco*: acho que "Crepúsculo" seria mais legal se a Stephenie não tivesse inventado de chamar suas criaturas de "vampiros", porque de vampiros eles só tem... bem, na verdade, nada. Tá, eles bebem sangue. De animais. Eu como carne de animais, mas não acho que isso faça de mim uma vampira. Ficaria melhor se Edward e cia. fossem... "elfos alternativos". Eu acho que fica muito mais fácil de imaginar um elfo alternativo que brilha no sol, bebe sangue de Bambi e vive numa casa de vidro no meio da floresta do que um vampiro fazendo essas coisas... mas aí, provavelmente, não faria tanto sucesso, além de reclamarem que ela destruíu a mitologia dos elfos, então, deixa pra lá...

Encerrando essa parte de "Crepúsculo e eu - a história não contada", antes que eu comece a divagar sobre lobisomens marombeiros, vamos logo ao que interessa.
Com o sucesso da saga (aah, é legal demais!) mundo afora, logicamente, surgiram elas: as amadas e odiadas paródias.

A que ganhou mais visibilidade, provavelmente, foi aquele filme "Os Vampiros que se Mordam", que eu ainda não assisti, mas, depois de conferir o trabalho da dupla de torturadores cruéis diretores e roteiristas, Jason Friedberg e Aaron Seltzer, em "Super-Heróis - A Liga da Injustiça" (só de escrever o nome desse bagulho, lembro da dor da perda daqueles 87 minutos que JAMAIS recuperarei...), estou mais para "não, obrigada". Mas, talvez, um dia, eu acabe vendo. Ora, nunca diga nunca, não é mesmo? Não é mesmo...?



Provavelmente, a única situação em que eu veria "Os Vampiros que se Mordam"

No campo da literatura, o destaque ficou por conta de "Opúsculo - a paródia", uma brincadeira de 142 páginas que começa bem legal, mas, da metade em diante, vai perdendo o fio da meada. E perdendo feio.

A, hã, história: uma garota chamada Belle Goose muda-se da ensolarada Phoenix para a fria e nublada cidadezinha de Switchblade, para morar com seu pai. Na escola, ela conhece o isolado  e não tão misterioso Edwart Mullen, um rapaz nerd que, depois de alguns acontecimentos, leva-a a crer que é um vampiro - apesar de não ter nada, absolutamente NADA que faça uma pessoa normal chegar a uma conclusão dessas sobre o moleque.

Belle Goose é o retrato perfeito do que seria Bella Swan sem as tentativas (quaqua, fail) da Stephenie Meyer de torná-la uma personagem simpática. Chata pra caramba, um pouco menos monga e arrogante até o talo, Belle acredita que a preocupação maior de Switchblade inteira é saber mais sobre ela. Algumas das melhores partes do livro são as em que a moça, à partir de algum comentário totalmente aleatório de um menino, fantasia que ele está apaixonado por ela. Acho que isso é muito mais realista do que os garotos todos realmente babando por um ser com toda a sensualidade e carisma da Bella...

*Trecho retirado da página 16*:

"Quando o sinal tocou, o rapaz ao meu lado previsivelmente voltou-se para mim e começou a falar.
- Com licença - ele disse, esperando que eu me apaixonasse por ele ou algo assim. - Sua mochila está no meu caminho.
Eu sabia. Ele era totalmente o tipo 'sua mochila está no meu caminho'."

O Edwart, bem, ele não tem muito a ver com o Edward, mas como um garoto esquisito e nerd que acaba entrando no jogo de uma garota maluca que acha que ele é um vampiro, para que ela continue interessada por ele, ele é até um tanto fofo. Só um tanto. De certo modo.

Todas as cenas em que zoam de forma inteligente algum dos absurdos de "Crepúsculo" são bem divertidas, e chegam até a brincar com os vícios de escrita forçados e exagerados da Stephenie.
Mas, infelizmente, o livro também tem defeitos e não são poucos. O maior deles é o excesso de nonsense. Enquanto algumas piadas se encaixam na trama, outras surgem do nada, sem o menor motivo de existir, não são engraçadas, nem divertidas, só bizarras, como quando a Belle faz uma raspadinha gigante (!!), ou as mudanças na descrição física do Edwart. 

O mais estranho acontece perto do final, quando parece que os caras esquecem que estão parodiando "Crepúsculo" e começam praticamente a contar uma história independente. Sei lá se alguém faz questão de não saber como isso termina, mas, como eu faria (hihi, realmente detesto spoilers), não vou revelar nada demais aqui, e só dizer que a zona generalizada começa mais ou menos à partir da cena do cemitério.

Outro problema grave é que, se você não tiver lido "Crepúsculo", provavelmente não vai achar graça nenhuma. Não basta ter visto o filme ou saber o básico da história: a maioria das piadas é sobre coisas bem específicas, detalhes que só são marcantes para quem leu. Isso é um master fora bem comum hoje em dia. Mas, você vê, o Tarantino, por exemplo, enche os filmes dele de referências, e, se você entendê-las, ótimo, mas, se não entender, não prejudica em nada a diversão! 

Bem, no fim das contas, "Opúsculo - a paródia" é um livro... legalzinho. Inho, inho.
Acho que tem gosto de sopa que, diferente do mingau, tem um pouco de sal, mas também não é grande coisa.
Algumas piadas boas não compensam por várias piadas idiotas e, zoação de "Crepúsculo" por zoação de "Crepúsculo", ainda tem muito vídeo amador no youtube que faz melhor.

That's all, folks.
See ya o/

 




4 comentários:

Karol (Blog Miss Carbono) disse...

kkkkkkkkk ótima resenha!

Acho a série Crepusculo legalzinha, apesar do quarto livro. Aliás, fica a dica, se vc resolver ler o resto da saga leia ateh o 3. No quarto livro a Stephenie Myer meio q trolla a propria serie, eh bizarro o.O

Eu particularmente nunca enxerguei Crepusculo como uma serie de vampiros, eu meio que ignorei essa parte. Pra mim eles são outra coisa completamente diferente, vampiros é que não são.

Sobre Opusculo, já tinha ouvido falar mas eu nunca fui muito fã de paródias, não consigo achar graça (não por muito tempo) então provavelmente não iria gostar desse livro. Mas vai saber neh? Eu ri com o trecho q vc colocou (a Bella é um pouco assim mesmo) então talvez ache legal.

teh mais

p.s.: Os vampiros que se mordam é uma droga mesmo.

Daniele Tem Pass disse...

*momento vergolha alheia de mim mesma* Confesso que eu já fui fã de Crepúsculo, HIAOUEHIOAEHUAHUIOE. SHAME ON ME, eu sei. Mas eu tinha 14 anos, era meio burra... então dá pra relevar.

Hoje em dia um dos meus passatempos preferidos é zoar Crepúsculo. Eu e minhas amigas até chegamos a alugar o DVD de Lua Nova um dia. Aquele dia foi muuito engraçado, com tanta zoação. XDD

Beijos.

Marcela G. disse...

Obrigada, Miss ;)
tb não os vejo como vampiros, acho q são muito mais "elfos alternativos" hahaha
Hahaha, tudo bem, Dani, eu tb me divirto muito com os filmes, são trashilicious *-*
Beijos

Unknown disse...

Eu estou com esse livro para ler. Apesar de gostar do primeiro livro da saga Crepúsculo, eu acho que essa paródia deve ser engraçadinha. Acho a Bella muito chata, então acho que vou achar interessante a Bella Goose em Opúsculo.

Beijos!

Arte Around The world

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...